"Não foi preciso mais do que um álbum para os irlandeses Script lotarem por completo a Aula Magna e darem a sensação de que a sala da Reitoria é já pequena para eles. O longo homónimo, "The Script", abreviou caminho para um estrelato que provoca já ruídos histéricos de garotas, conforme se ouviu esta noite na Aula Magna.
Uma hora de concerto deu para muita coisa: percorreram o seu único álbum na totalidade, fizeram um encore, interagiram com o público transformando-o numa claque de futebol e elogiaram Portugal das mais diversas formas. Se não fosse o vocalista Danny O'Donoghue a relembrar e a pedir desculpas por isso, provavelmente já ninguém se lembraria do seu concerto cancelado há vários meses por cá.
O público (muito jovem) ignorou de repente as cadeiras da Aula Magna e levantou-se assim que a banda tomou conta do palco. Do lado direito, sentado de lado para o público, Glen Power trata da bateria; na outra ponta, o movimentado Mark Sheehan ocupa-se das guitarras eléctrica e acústica; ao fundo o baixista da tour remete-se à discrição de membro não-efectivo; e à frente e no meio, o vocalista Danny O'Donoghue é a atracção principal, não parando de dançar mesmo quando passava as mãos pelo teclado.
'Before The Worst' inicia a ovação. Sucedem-se êxitos como 'Breakeven' ou 'We Cry', e potenciais êxitos como 'Fall for Anything' ou 'I'm Yours'. A banda faz lembrar muitas vezes os Coldplay: os Script dão também o litro (de suor) em palco, são amáveis e esforçam-se por falar português e fazem uma pop-rock obediente que tem nos teclados uma espécie de detergente de limpeza que elimina qualquer ameaça de mancha fora dos parâmetros. Tal como os Coldplay, os Script são uns filhos de U2 mais certinhos que os pais, mas bastante mais americanizados que a banda de Chris Martin, quer pela soul, quer pelo hip hop (como indicia 'We Cry', com alguns momentos de rap por parte de Danny O'Donoghue).
A frenética hora dos Script encerra com uma versão de 'Heroes' de David Bowie que soou a Pride (In the Name of Love) dos U2 - faz sentido. No final, Danny O'Donoghue declara aquela actuação como uma das melhores da digressão. Todos saíram felizes, sobretudo a banda."
De: http://radiocomercial.clix.pt/musica/body.aspx?id=42960